Ilustração do Arrebatamento |
Inúmeros líderes de
Igrejas cristãs da atualidade, de variados entendimentos bíblicos teológicos,
se proclamam autênticos seguidores da moral evangélica do Cristo e, por
conseguinte, idealizam que as suas Igrejas, em particular, será arrebatada
fisicamente do ambiente terrestre nos transes das grandes tribulações humanas
que advirão nos finais de ciclos para desfrutar diretamente, sem nenhum esforço
coletivo, as bodas do Cordeiro no reino celestial. Eximindo-se assim numa atitude
egoística de exemplificar perante os demais irmãos da humanidade aquilo que
Jesus mais fez questão de ensinar e vivenciar na sua jornada terrestre: a
paciência e resignação nas tribulações da vida humana.
São decorridos mais de XX
séculos em que árvore do cristianismo abriga sob a sua sombra benéfica as almas
humanas, ensinando sob figuras de linguagem os mistérios da imortalidade para
além do plano físico terrestre. Essa árvore para chegar frondosa aos nossos
atuais dias sofreu ao longo dos séculos os embates da má vontade humana, em
forma de perseguições cruciais às suas primeiras sementes, mutilações na
formação dos seus primitivos ramos, destruição e queimadas nos seus galhos
iniciais.
Muitos líderes atuais
dessas Igrejas modernas desconhecem, ou fingem desconhecer, os martírios e
tribulações pelos quais passaram os trabalhadores da boa nova dos primeiros
séculos de cristianismo, ignorando assim sem racionalizar com integridade, a
labuta do crescimento da árvore cristã para chegar aos nossos dias. Utilizando
uma figura de linguagem bem simples: aderem ao movimento cristão que leva a
bagagem de mais XX séculos de biografias das sociedades terrestres, e sem
reflexionar o pão que “o diabo” da alma humana desviada do bem amassou em
rejeição à pureza dos princípios cristãos.
Aqui abrimos um parágrafo
de reflexão para ajudar irmãos de embrionário entendimento que se julgam
inclusos em arrebatamento direto para do reino celestial, descaracterizando a
mensagem viva da cruz, do trabalho nobre, do sacrifício pessoal, da
perseverança no bem, da humildade e simplicidade nas coisas espirituais, com
Jesus: aquele que quiser ser o maior, então que seja o servo de todos; quem a
si mesmo se exaltar, será rebaixo na vida celestial; e os últimos é que
realmente serão os primeiros...
BREVE
RELATO DO CRISTIANISMO:
As primeiras perseguições
aos ideais do Cristo foram encabeçadas por Herodes, governador da Judéia, após
receber a visita dos astrólogos que estavam na busca de localizar a cidade onde
o menino Jesus havia nascido. E Herodes temendo o seu futuro político, baixou
um decreto e autorizou a mortandade de todas as crianças do sexo masculino com
até dois anos de idade (Mateus 2. 16).
Quando Jesus completou 30
anos começou a sofrer perseguições do Sinédrio, Templo de Jerusalém, onde se
praticava a religião mosaica com base no Antigo Testamento das escrituras. O
Sinédrio comandava a religião dominante nessa época, na Judéia, e sentiu-se
abalado em sua estrutura íntima pela moral que Jesus propagava e vivenciava
diante do povo. Os Sacerdotes liderados por Caifás resolveram então promover
perseguições aos ideais de Jesus, e essas perseguições foram intensas que
culminou no desfecho da condenação e crucificação de Jesus. De fato Jesus foi
condenado à morte na cruz por acusação da Religião na figura dos Sacerdotes de
Jerusalém; e pelo Poder Político que simplesmente lavou as mãos diante das
exigências impostas pelo Sinédrio, e que influenciou a massa popular para
aplaudir esse ato bárbaro.
Três cruzes se erguem no
alto do monte, naquela sexta feira do ano 33 em que se consumou a ação da
condenação de Jesus. Alguém que contemplasse a imagem do crucificado apenas
pela visão carnal, abandonado pelos seus seguidores e amigos mais íntimos, e
perseguido pelos influentes que executavam a religião dominante da época: os
fariseus e saduceus; e também ignorado pelas autoridades políticas que lavaram
as mãos para um ato desprezível, que era a crucificação como um malfeitor
rebelde. Alguém certamente diria: ali jaz um carpinteiro visionário derrotado.
Porém, àqueles que têm olhos para ver e ouvidos para entender além dos sentidos
puramente materiais, saberiam que no martírio de Jesus fora descortinado uma
luz imorredoura para todos os séculos da vida terrestre, e que no plano oculto
do invisível essa luz iria trabalhar ativamente iluminando a escuridão mental
na qual vagavam as consciências humanas por longos séculos.
Após a morte física de
Jesus as perseguições continuaram sendo destinados aos Apóstolos, com a
finalidade de desestruturar os seguidores do Mestre, e tudo isso instituído
pelo Sinédrio, onde o jovem Saulo foi um carrasco cruel, até a sua conversão às
portas da cidade de Damasco - Síria. Quando em visão espiritual (ARREBATAMENTO)
vislumbra em êxtase, o espírito de Jesus ressuscitado (Atos 9. 1 a 18).
A partir dos anos 40, a
boa nova tem um novo seguidor Paulo, que se imortalizou como o apóstolo dos
gentios, e que juntamente com Lucas, um jovem médico de origem grega, divulgam
o Evangelho em várias pátrias sob a jurisdição do Império Romano, inclusive na
própria Roma. Após os anos 50, em Antioquia é que os seguidores de Jesus foram
realmente chamados de: cristãos (Atos 11. 26), por sugestão de Lucas, nascendo
assim o termo cristianismo. Antes eram designados como os fiéis do Caminho (vide
Atos dos apóstolos 19. 9)
Quando a evangelização
alcançou os bairros de Roma, o imperador Nero autorizou perseguições cruciais à
comunidade cristã a partir dos anos 55, aonde chegou ao extremo de mandar atear
fogo em seus arredores no ano 64, para culpar cristãos. Aqueles que aderiam ao
movimento das idéias cristãs eram caçados cruelmente e quando pegos pelas
autoridades romanas eram queimados vivos, outros levados aos circus que serviam
de palco para distrair as pessoas, e ali eram submetidos a enfrentar leões
famintos, sucumbindo esquartejados por essas feras em dolorosos espetáculos de
insensibilidade e degradação humana.
Os Cristãos não tinham
direitos sociais e nem podiam se reunir para confessar publicamente suas
crenças, pois eram punidos impiedosamente com sofrimentos atrozes até extinção
do corpo carnal. Só para reflexionar essas atrocidades: Assim como Jesus foi
traído, julgado injustamente pelo Sinédrio e condenado à morte horrenda na
cruz... os seguidores mais íntimos do Mestre também foram execrados na praças
públicas: Estevão foi apedrejado barbaramente; Pedro foi crucificado
brutalmente de cabeça para baixo; Paulo foi degolado com ferocidade; e milhares
e milhares de cristãos mortos cruelmente, à luz do dia.
Três séculos de
acossamentos cruéis às pessoas que simplesmente buscavam seguir um Mestre que
tinha ensinado e vivenciado o amor a Deus, espírito criador de todas as coisas;
o amor ao próximo como a si mesmo; a imortalidade da alma; as bem-aventuranças
celestes aos que suportassem as provações da luta terrena com fé, esperança, e
muito amor no coração.
Uma das perseguições mais
atrozes da história foi organizada pelo Imperador Diocleciano no ano 305 que
autorizou as Legiões Romanas incendiar do oriente ao ocidente todos os núcleos
de pequenas congregações cristãs, mandando assassinar barbaramente milhares e
milhares de famílias que professavam a fé em Jesus.
O Império Romano estava em
decadência moral. As pessoas não suportavam mais tanta barbaridade. Porém o
Evangelho crescia na alma popular, e agora as classes dominantes de Roma já
viam com bons olhos o heroísmo dos cristãos em suportarem as cruéis
perseguições com tanto amor pelas promessas da imortalidade da alma, para além
das provações da existência humana.
Final do século IV. O
Império Romano governado por Constantino liberou publicamente o cristianismo em
todas as nações do Império. A razão de sua conversão fora uma visão do símbolo
da cruz no céu, durante a Batalha da Ponte Mílvia, em que venceu o inimigo na
disputa pelo trono. Transcorrido esse período de calmaria sobe ao poder
público: o imperador Teodósio, que desejando concentrar em Roma a matriz do
cristianismo, constitui então o Catolicismo Apostólico Romano como a religião
do estado romano. Com a instituição do Catolicismo o Império Romano estabeleceu
a primazia do Bispo de Roma sobre todos os demais Bispos das congregações
cristãs distribuídas nas demais regiões do mundo antigo, fato este que causou
divisões entre os cristãos. Pois algumas congregações se opuseram a essa subordinação,
por exemplo: Antiquióquia que era uma das primitivas do ano 42. Essa tomada de
decisões abriu margem para quem se dizia cristão perseguir outro cristão.
Doravante, repontam as heresias de crenças; as cruzadas religiosas e
explorações de terras que incitam batalhas sanguinárias; as inquisições da
crença que promovem perseguições cruéis em Tribunais intitulados de Santo
Ofício e que, ao invés de anunciar a vida eterna lançam a morte atroz às
pessoas que divergem fundamentos e princípios de crenças...
Mais de dez séculos de
lutas fratricidas pela sobrevivência das idéias religiosas, até as reformas
protestantes que aconteceram a partir do século XVI.
Certamente que não se
alcançará o raciocínio lógico destas lutas renovadoras da evolução social e que
sensibilizam as lembranças humanas, ignorando-se o principio básico da vida e
muito bem divulgado no Evangelho: a imortalidade da alma. Conscientizou Jesus:
“Não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma”... (Mateus
10: 28).
No mundo passareis por
tribulações, mas tende bom animo eu venci, vós também vencereis... (João 16.
33)
Confirmando os ânimos dos
discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações
nos importa entrar no Reino de Deus (Atos 14. 22)
Jesus tinha onisciência
que os seus ensinamentos morais iriam inflamar as intolerâncias religiosas do
mundo antigo cheio de maldades, violências, pecados, transgressões,
corrupções... Ele mesmo dá conhecimento destas coisas, quando esclarece: Não
penseis que vim trazer paz ociosa à Terra... Não vim trazer esse tipo de
paz; Mas, a ação da luta renovadora... Porque eu vim por em dissensão o homem
contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra... E assim
os oponentes do homem serão os seus próprios familiares (Mateus 10. 34 a
36).. A sociedade não tinha uma base de fé unificada em Deus, os governos
eram pagãos, a religião que era responsável de conduzir as Almas vivia se
digladiando umas com as outras em guerras de extermínio e crueldade. E dessa
forma a mensagem renovadora do Evangelho do Cristo iria levar séculos para
solidificar na alma humana, e que os primeiros trabalhadores de sua causa
seriam trucidados vivos nos palcos e circos humanos, como de fato aconteceu:
séculos de luta e derramamento de sangue para a sociedade começar a respeitar e
reverenciar a moral salvadora de Jesus.
Estas divergências e lutas
que ocasionaram muitas provações coletivas no plano físico terrestre elas se
tornam perfeitamente compreendidas à luz e justiça da reencarnação das almas.
Sem o princípio misericordioso da reencarnação da alma e seu trabalho
progressivo para o reino celestial, todas essas lutas e provações seriam
incompreensíveis e estaria subordinado a um acaso cego e insensato.
AGORA a certeza que Jesus
fez questão de ensinar nos Evangelhos sob o véu de figuras de linguagem, é que
após as provações, tribulações e martírios dos seus seguidores na luta
material. Nenhum deles ficaria desamparado na vida imortal do espírito após
extinção do corpo carnal, porque essas almas heróicas que perseverassem fiéis
até o fim em suas provações, suas almas seriam salvas das tribulações do além
túmulo, porque estariam amparadas pelos anjos celestiais e conduzidas para o
reino espiritual no seio invisível de Deus, E DESTA FORMA É QUE SE REALIZA O
ARREBATAMENTO ESPIRITUAL.
Se esperamos em Cristo nó
nesta vida (material), somos os mais miseráveis de todos os
homens...
E há corpos celestes e
corpos terrestres... Se há corpo animal, há também corpo espiritual...
A carne e sangue não podem
herdar o reino de Deus (I Cor 15. 19 a 50).
O reino de paz e amor
iniciado por Jesus ainda não pertence a este mundo, apesar de nosso mundo, o
planeta Terra, no plano extrafisico todo poder de direção espiritual ter sido
delegado por Deus: a Jesus Cristo. Nas infinitas moradas da Casa Universal do
Pai, Jesus está preparando a todos aqueles que seguem a sua moral com
consciência, novos lugares de bem-aventuranças celestiais
Aparentemente apesar de
não vermos Jesus com os olhos carnais, Ele está presente invisivelmente em
nossas vidas participando interativamente, nos consolando nas lutas, nos
inspirando pelo poder espírito. “ Estarei convosco todos os dias até a
consumação dos séculos”. E o reino de Deus não vem com aparências
exteriores... ali, aqui, lá, acolá... É uma conquista individual e interior, ou
seja, é um estado de espírito que alcançamos quando a nossa consciência
desperta em si mesmo os sentimentos divinos do Cristo.
Que despertem nas Igrejas
nossos irmãos em Cristo, pois na vida eterna que se desdobra nos planos
celestiais divinos não existe aposentadoria compulsória, tal qual na existência
humana. Lembremo-nos do que ensinou Jesus: O Pai trabalha até hoje, assim
também o Cristo, e todos os filhos da luz...
CONSCIENTIZAÇÃO
CRISTÃ
Eu sou a Luz da Vida;
Eu sou a Luz do Mundo;
Eu sou o Pão que alimenta
o espírito;
Eu sou a água viva que
sacia a alma;
Eu sou o caminho, a
verdade e a vida.
E que ninguém vai ao seio
imaterial do Pai Criador para sentir a grandeza e integração multidimensional
com a Vida Celeste, no Cosmos, senão através dos seus ensinamentos que tem a
síntese de vivência na prática do amor e da virtude, princípios divinos (João
14. 6).
Jesus é o mesmo ontem hoje
e sempre a mais elevada consciência espiritual que Deus, o Criador dos Mundos,
facultou ao espírito humano a fim de que o siga como modelo orientador para
vencer as provas e provações da luta material, até o Ser complementar a
perfeição intelectual e moral no curso das existências que se concretizam nas
infinitas moradas astrais do cosmo celeste.
PRINCÍPIOS
MORAIS DO EVANGELHO DO CRISTO:
Amor a Deus - o Criador,
com a força da alma, de todo coração, de todo entendimento;
Amor ao próximo como a si
mesmo;
Fé em ti mesmo e no Poder
Divino que te sustenta;
Não articular o mal para
as pessoas nem por pensamentos, palavras, ou atitudes... Mas realizar o bem sem
cessar;
Perdoar sem restrições:
mágoas, ofensas morais, ações maldosas do próximo. No mesmo raciocínio como
esperamos que Deus perdoe as nossas transgressões, em síntese: Pai! Perdoai os
nossos pecados, assim como perdoamos as faltas que os nossos ofensores cometem
contra a nossa consciência;
Orar com confiança, ou
seja: buscar conexão com Plano Divino sem descanso; abençoar as adversidades;
refletir bons pensamentos às pessoas com as quais não temos harmonia e nem
afinidades pessoais simpáticas;
No plano divino serás
analisado pelas obras do bem que realizares na vida;
Se a recompensa pelo bem
que semeares não acontecer no plano terrestre, com certeza, realizar-se-á nos
planos celestes da vida superior;
Acreditar plenamente na
imortalidade da alma, e intensificar em si mesmo, a virtude de seus tesouros
imperecíveis;
Confiar na assistência
invisível dos poderes de Deus através de suas potências angélicas;
Procurar desenvolver o
reino divino no coração, e esperar trabalhando com fé a felicidade de viver
intensamente nas muitas moradas astrais, que integram a Casa Universal de Nosso
Pai Celestial.
Eis a razão de Jesus
imolar-se na cruz em prol de sua mensagem de amor e salvação moral à alma
humana decaída em erros de existências passadas, para ensinar à humanidade
exemplos dignificantes que em nome de Deus não se deve violentar a ninguém e
nem promover desordens religiosas. Ele, Jesus filho do Altíssimo, ensinou e
exemplificou com sacrifícios que culminou na sua crucificação que somente
através do amor fraterno, do perdão incondicional, do trabalho social, do
serviço pelo bem comum, da fé no poder divino, na tolerância às diferenças de
crenças, e no respeito moral às pessoas poderemos encontrar a nossa redenção
para a vida eterna no seio imaterial do Criador.
Autor: Abrahão
Ribeiro
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