Rev. Elimar e Pra Erica Gomes

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Os Últimos Pecados a Morrer: O Ciúme, a Inveja e a Contenda


por Darrell Hymel

Aristóteles definia ciúmes como o desejo de ter o que outra pessoa possui. Era originariamente uma palavra boa e referia-se ao desejo de imitar uma coisa nobre da outra pessoa.  Mais tarde a palavra passou a ser associada com um desejo lascivo daquilo que pertencia a outra pessoa.  Salomão reconheceu a vaidade (inutilidade) desse pecado quando disse:  "Então vi que todo trabalho e toda destreza em obras provêm da inveja do homem contra o seu próximo" (Eclesiastes 4:4).  Tentar "seguir o padrão de vida do vizinho" é um pecado que não somente nos impedirá de ir para o céu, mas também mesmo nesta vida nos tirará a satisfação (Filipenses 4:12-13).



Embora o ciúme simplesmente cobice a riqueza e a honra  dos outros, a inveja é algo que se faz acompanhar de rancor.  A inveja não é necessariamente querer para nós mesmos, mas simplesmente querer que seja tirado do outro.  A inveja é o sentimento de infelicidade produzido por presenciarmos a vantagem ou a prosperidade do outro.  Os invejosos se incomodam com os sucessos dos amigos.

O ciúme e a inveja são sempre seguidos da contenda na igreja (Romanos 13:13; 1 Coríntios 3:3).  Quando nos magoamos por causa daquilo que outros conquistaram, quer financeiramente, quer na reputação, a ambição egoísta nos torna arrogantes contra o nosso irmão (Tiago 3:14).  O ciúme dos coríntios para com os pregadores gerou contenda e divisão (1 Coríntios 3:3-4).  Os irmãos ciumentos estão associados com a contenda, com a ira, com as disputas, as maledicências, a difamação, a arrogância e as perturbações (2 Coríntios 12:20).  O ciúme e a inveja levaram os irmãos de José a querê-lo morto, geraram a rebelião de Coré, levaram Caim a matar Abel, o Sinédrio a matar Jesus e aprisionar os apóstolos.  Muitos hoje e no primeiro século pregam e pregaram a Cristo movidos pela inveja (Filipenses 1:15).  São zelosos pela causa de Cristo, mas esse zelo é motivado pelo desejo de desacreditarem outros irmãos.
A contenda nasce da inveja, da ambição e do desejo de prestígio, de posição e de destaque.  É o espírito que nasce da competição desmedida e ímpia.  A contenda corre solta quando os cristãos odeiam ser superados.  Domina quando o homem se esquece que só o que se humilha pode ser exaltado.  Os irmãos invejosos e competitivos cobrem o seu pecado com debates "consagrados" sobre as palavras e sobre as questões controversas (1 Timóteo 6:4-5).  Que a nossa posição a favor da verdade não seja obscurecida com o motivo pecaminoso da inveja que nos conduz à contenda.

Uma vez que a contenda entra na igreja, o culto passa a ser inviabilizado.  Os cristãos, e mesmo os presbíteros e pregadores, ficam tão preocupados com os seus direitos, dignidade, prestígio, práticas e procedimentos que fica impossível haver uma atmosfera que dê margem ao louvor e à adoração.  Com o ciúmes e a inveja no coração, não podemos fazer julgamentos justos; o julgamento parcial só gera mais contenda.  A adoração a Deus e as disputas dos homens não combinam.

O ciúme e a inveja parecem ser os últimos pecados a desaparecer da vida do Espírito.  Após a longa lista que Paulo apresenta de pecados da carne e do fruto do Espírito em Gálatas 5, ele conclui o seu pensamento com a advertência:  "Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.  Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros" (5:25-26).  Ninguém acusou os apóstolos durante o ministério de Jesus de fornicação, impureza, sensualidade, idolatria, feitiçaria, embriaguez e orgias ­ mas na noite antes de Jesus morrer, eles eram invejosos e cheios de contenda (Lucas 22:24).  Não é necessário participar do trabalho da igreja por muito tempo para descobrir que fonte eterna de problemas é a inveja.

Como corrigimos o espírito invejoso e ciumento em nós mesmos?  

"Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram.  Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos" (Romanos 12:15-16).  "Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes, não pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo" (1 Pedro 3:8-9).

"Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz" (Tiago 3:18).  

Todos estamos tentando ceifar uma colheita resultante da boa vida, mas as sementes que produzem essa colheita jamais podem brotar numa atmosfera que não seja aquela com os relacionamentos corretos.  O grupo em que há inveja e contenda é um solo infértil, em que não pode crescer nenhuma colheita justa.

Ao copilar este artigo do Professor Darrell Hyimel e fazer algumas adaptações para nossa melhor compreenção me vi orando a oração do irmão Luiz Ignacio de Antioquia que orou assim:

"Nosso Deus e Nosso Pai, Livrai-nos de toda inveja e ciúme alheio, Pois muitas vezes temos ciúmes do que Pensamos que é nosso...
Pois tudo vem de Ti, Pois tudo é Teu e a Ti pertencem todas as coisas.
Tu és dono do Universo e muitas vezes invejamos do próximo que ele possui.
Livrai-nos do ciúme de Caim, Ggênesis 4.8) que o levou a matar Abel.
Livrai-nos do ciúme de Raquel, que teve de sua irmã. (Gênesis 30.1)
Livrai-nos do ciúme familiar, pois necessitamos pedir forças para compreender que o que possuímos ou o que temos vem por Tua vontade e por nosso esforço.
Livrai-nos do ciúme entre nossa família tanto dos nossos ancestrais, parentes e amigos mais próximos.
Livrai-nos do ciúme e da inveja familiar! Libertai-nos do ciúme e da inveja familiar! Salvai-nos do ciúme e da inveja familiar!
Pois estes sentimentos mesquinhos de nada nos servirão, queremos Te amar e servir.
Nosso Deus e Nosso Pai, retira este desejo inquieto do ciúme ou da inveja, desejo este de posse das pessoas ou situações, pois estaremos somente gerando morte e desgraça.
Destrói todo desejo de posse de:
Familiares, pessoas, amizades, matéria...
Ou de tudo que involuntariamente temos exercido
Contra nós ou contra o nosso próximo.
Nosso Deus e Nosso Pai, o ciúme e a inveja nos faz suspeitar, muitas vezes, e sentir que os outros são inferiores a nós, e nos tornamos como um desejo de posse, principalmente com a pessoa amada desejo este autoritarismo coercitivo, desliga todo ciúme e inveja entre:
Marido e Esposa, Esposa e Marido, Pais e Filhos, Filhos e Pais, Amigos e Parentes Colegas... E de todos que nos rodeiam.
Quebra Senhor todo ciúme e inveja que possa ter havido no relacionamento no passado, e faze-nos capazes de amar e não cobiçar nada alheio.
Retira todo olhar invejoso de pessoas que desejam vivamente apetecer o que é nosso, livrai-nos, pelo Teu amor – que nos deste na cruz, e nos fez crescer do amor livre – que liberta e constrói um mundo novo – uma nova era de paz, esperança e caridade.
Pois o amor é mais forte do que a morte (Cânticos: 8.6)
Nosso Deus, Nosso Pai, queremos absorver os ensinamentos do Novo Testamento, de nada de ciúmes, de nada de contendas (Rom. 13:13).
Pois o amor não arde em ciúme (1 Cor. 13.4), pois a inveja é obra da carne, obra da nossa própria fraqueza humana.
Cura-nos, (Gálatas 5.20) Oh! Pai, em nome de Jesus Cristo.
Nosso Senhor e Salvador, pedimos-te que o teu amor que não é ciumento e nem invejoso, liberte e lance agora fora de nós todo desejo incontrolável de ciúme e inveja, pois o Teu amor tudo desculpa, tudo suporta, tudo crê. (1 Cor:12)
Repreenda todo ódio ou ciúme de olhares humanos e olhares invejosos contra a nossa pessoa – os quer sejam involuntários ou voluntários, pois aqueles que têm os olhos de inveja precipitam-se! (Provérbios 28.22)
Livra-nos dos olhos ciumentos e invejosos Senhor, ensinai-nos a ser possuidores do amor e que tenhamos olhos e gestos concretos de amor para com todos.
Onde não seja desgostoso o nosso testemunho perante nossos irmãos e a nós mesmos.
Pois sabemos que todo aquele que possui inveja ou Ciúme de nós, estarão vendo, com toda a certeza, em nós:
Vitória, prosperidade, saúde, alegria, paz, harmonia, segurança e verdadeira vida em Deus.
Pai amoroso sabemos também que ninguém tem inveja ou ciúme do desvalido, do miserável, do indigente.
Senhor Deus, desejo ser do Bem, e nosso ser saberá ser do Bem.
Pois saber ser do Bem é saber que a energia age de acordo com o que pensamos e sentimos.
E o nosso Bem nos trará a positividade a força interior que emana de Ti e em Teu Nome nos entregamos e em Teu poder confiamos para todo o sempre.
AMÉM E AMÉM".

Que o bom Deus nos guarde e nos livre deste mal que tanto tem aflingido o povo de Deus.
Liberta-nos em nome de Jesus Cristo nosso Senhor e Salvador, e enche-nos com Teu Santo Espirito!

Deus te abençõe.

Rev Elimar Gomes
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#TamoJuntos 



sábado, 21 de janeiro de 2017

Peregrino em Meseque e habito em Quedar

Salmos 120

"Angústia é um nó muito apertado bem no meio do nosso s
ossego."

"Ai de mim que peregrino em Meseque, e habito nas tendas de Quedar Sl 120:5"

Uma lamentação transformada em cântico. Esse Salmo, dos degraus, foi concebido por Davi em momento de grande angústia. Como herança, anos mais tarde,  passou a ser  entoado por peregrinos quando subiam as montanhas para Jerusalém nas festas anuais. Uma espécie de lembrança e louvor por ter Israel habitado entre inimigos e sobrevivido as muitas batalhas.

Meseque e Quedar, estão no Salmo de forma metafórica, simbolizando tribos guerreiras.  Quedar, descendente de Ismael ( filho de Abrão com Agar) era poderoso líder tribal habitando  nos desertos quentes ao Sul da arábia, onde vivem os beduínos ( Ez 27:21) Meseque, Um dos filhos de Jafé (filho de Noé), deu seu nome a um povo indo-europeu que vivia na região do mar Negro ou do Cáucaso.

Peregrinar em Meseque e habitar em Quedar , espiritualmente falando, é experimentar angústia e desejar a paz. É como viver em lugares estranhos, cercado de perigo. Davi prossegue no lamento dizendo: “ A minha alma a bastante tempo habitou com os que detestam a paz. Pacifico sou, mas eu falando, já eles estão em guerra” (Sl 120:6,7).  Você já se sentiu em Meseque e Quedar?

Quando meus olhos pousaram sob esse Salmo fiquei curiosa por saber onde se localizava Meseque e Quedar. Ao descobrir, entoei louvores, tal qual os peregrinos na subida das montanhas em direção a Jerusalém! Quantas vezes me senti como Davi, peregrinando nesses territórios conflituosos e recebi livramento! Na verdade, esses territórios nos cercam diariamente e por vezes, sentimos “o bafo” dos bárbaros em nossa face, as flechas dos arcos inimigos nos mirarem e serem desviadas pela providência Divina.

Meseque e Quedar são sinônimos de nossas angústias, de batalhas que travamos conosco e com o mundo. Por tantas vezes esses territórios se fazem real dentro de nós, porque temos que vencer dúvidas, medo, abandono, doenças e tantos outros males que guerreiam com menor ou maior intensidade contra nosso sossego. Ninguém está livre de peregrinar em Meseque e habitar em Quedar. Vejam, Davi discerne o peregrinar e o habitar.

É que algumas dores passam rapidamente por nós, outras literalmente “armam as tendas” e fazem morada. E Davi era um homem de paz, habitando na guerra. Jesus é a própria paz e estando entre nós, como Messias Salvador, peregrinou em Meseque e habitou em Quedar. Inimigos o cercaram por onde quer que fosse, contudo Ele venceu! Porque nenhum conflito, por maior que seja, pode vencer o amor de Deus por seus filhos.

Se houver guerra, Ele será o Escudo. E com esse Escudo, apenas um homem poderá vencer um exército inteiro! Foi assim que Davi venceu o gigante Golias e em seu cântico de ação de graças, profetizou: “Deus é o meu rochedo, e nele confiarei; o meu escudo e a força de minha salvação, e o meu alto refúgio. Ô meu Salvador, da violência me salvaste” “ II Samuel 22:3. Porque a força humana é falha, sem Deus sucumbimos em Meseque e Quedar.

Oração: Senhor Deus, estou peregrino em Meseque e por muito tempo tenho habitado em Quedar, mas confio em Ti para ser meu Escudo e socorro, para que eu possa  “subir os degraus em direção a Jerusa1ém” entoando louvores de livramento como memorial de vitória. Livra-me e fortalece-me segundo Teu Espírito, em nome de Jesus, amém!


Nossa agenda para Simposios, Conferencias e Congressos está aberta para o primeiro semestre de 2017. Chame-nos nos contatos acima epigrafados, seja via whatsapp ou por email.

Em Cristo 

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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Viajando nos Escritos de um Rabino Judeu...

Jerusalem será sitiada

     Daqui a alguns dias, os judeus de todo o mundo irão jejuar, prantear e orar pela destruição dos dois Templos Sagrados de Jerusalém e outros eventos que marcaram tragicamente nossa história. 

     O dia 10 de Tevêt no calendário judaico marca o início do cerco de Jerusalém pelos exércitos do imperador da Babilônia, Nabucodonosor, que levou à conquista da cidade, à destruição do Templo Sagrado e à expulsão do povo de Israel de sua terra.

      "Devido ao ódio infundado entre os judeus" – conclui o Talmud – "Jerusalém foi destruída." Por quê – perguntou o Lubavitcher Rebe – o Talmud insiste em dizer que o ódio era "infundado"? Não havia motivos, tanto ideológicos quanto pragmáticos, para as divisões entre os judeus? Mas nenhuma razão, disse o Rebe, é motivo suficiente para o ódio. A mutualidade de nosso destino é muito mais profunda que qualquer possível causa para animosidade. Todo ódio, então, é infundado.

      Portanto, se o "ódio infundado" foi a causa da destruição, continua o Rebe, seu remédio é o "amor infundado" – nossa redescoberta da unidade intrínseca que supera todos os motivos para a discórdia e os conflitos.

      Ore por Jerusalém, encoraje e ajude seus defensores, e demonstre amor ao próximo judeu – não importa o quanto ele ou ela seja diferente de você. Pois se existe uma virtude redentora em estar sitiado, é a oportunidade de perceber que estamos juntos nisso tudo.


O mes de Tevet

     Segundo o Sêfer Yetzirá, cada  mês  do ano judaico tem uma letra do alfabeto hebraico, um signo do Zodíaco, uma das doze tribos de Israel, um sentido e um membro controlador do corpo que correspondem a ele.

Tevêt é o décimo dos doze meses do calendário judaico.

     Tevêt começa   com o "período" (tekufá) do inverno (cujos três meses – Tevêt, Shevat e Adar – correspondem às três tribos do acampamento de Dan – Dan, Asher e Naftali – situadas no lado norte do acampamento).

   Tevêt começa com os últimos  dias de Chanucá (que tem seu ponto culminante no oitavo dia – Zot Chanucá). Seu décimo dia – o décimo dia do décimo mês ("o décimo será sagrado para D’us") – é um dia de jejum, em comemoração ao cerco de Jerusalém, o início da destruição do Templo.

      Os quatro dias de jejum que comemoram a destruição do Templo são (por ordem de ano): 17 de Tamuz (o 4º mês), 9 de Av (o 5º mês), 3 de Tishrei (o 7º mês), e 10 de Tevêt (o 10º mês). Destes quatro dias (em seus respectivos meses) diz o profeta: "O jejum do quarto [mês] e o jejum do quinto, e o jejum do sétimo, e o jejum do décimo [no futuro] serão para a Casa de Yehuda júbilo, felicidade e dias festivos."

       A soma dos quatro números – 4, 5, 7 e 10 – é 26, o valor do inefável Nome de misericórdia de D’us, Havayá (os quatro dias dos quatro meses são 17 [de Tamuz], 9 [de Av], 3 [de Tishrei], e 10 [de Tevêt].

17 mais 9 = 26; 3 mais 10 = 13, o valor da palavra echad ["um"].

26 e 13 são portanto o valor numérico de Havayá echad ["Havayá é um"].

26 mais 13 = 39. 26 [o valor dos meses] mais 39 [o valor dos dias] = 65 = Adnut).

    Os quatro números possuem uma progressão numérica ordenada, com diferenças finitas de 1, 2, 3. Os seguintes três números na progressão – 14, 19, 25 – totalizam 58 – chen ("graça"). 
Juntamente com 26 – Havayá – os primeiros sete números da progressão ("todos os setes são queridos") totalizam Chanoch (cujo nome, da palavra para "educação" e "iniciação", é um acrônimo para "a graça de Havayá", a sétima ("querido") querida geração a partir de Adam.

      Todos os dias de jejum, quando observados corretamente, atraem a graça Divina da suprema fonte de misericórdia, o Nome Havayá de D’us. A epítome desse processo (na ordem do ano, como nas palavras do profeta acima citado) está em Dez de Tevêt (no segredo do "fim [último dia de jejum do ano] está encravado no início [dos eventos que levam à destruição]"). Pela Divina graça, o terceiro, eterno Templo, é construído, primeiro no coração de Israel, para depois se tornar fisicamente manifesto na terra.

Letra: ayin

    A letra ayin significa "olho". O mês de Tevêt é o mês da retificação e anulação do "olho mau". A própria palavra Tevêt vem de tov, "bom", referindo-se a tov ayin, "o olho bom" (a fonte de poder da bênção, como está escrito: "o olho bom abençoará"). Esta retificação começa quando eles são completados no oitavo dia).

     Todo o processo destrutivo começa com o "olho mau" do ódio, o ódio do profano para com o sagrado (o segredo de dez, o número sagrado, como foi mencionado acima). Do ódio vem a ira, o fogo da destruição. A letra do meio de ka'as, "ira", é a letra ayin. O ka'as negativo deve primeiro ser retificado a seu correspondente positivo, como será explicado agora.

Mazal: "gedi" (Capricórnio – cabra)

    Nossos Sábios nos ensinam que aos dez anos de idade (uma alusão ao décimo mês, o nível de dez em geral) uma criança "pula como um cabrito." (Midrash Kohêlet) A natureza lúdica de saltar para cima e para baixo "como um cabrito" reflete um estágio importante no processo de crescimento. O mês de Tevêt, o mês da tribo de Dan, tem relação com o processo de crescimento, de um estado de imaturidade a um estado de maturidade.

       A imaturidade é caracterizada pelo "olho mau", ao passo que a maturidade, pelo "olho bom". gedi = 17 = tov, "bom" ("o olho bom"). Deve-se brincar (e saltar como um cabrito) a fim de retificar e suavizar a ira latente na alma animalesca.

Tribo: Dan

    A tribo de Dan representa o estado inicial de imaturidade na alma que "cresce" durante o mês de Tevêt. Dan significa "julgar". Inicialmente, ele julga a realidade e os outros criticamente, com julgamento severo ("o olho mau"). Esta é a natureza de alguém espiritualmente imaturo. Dan é comparado a uma serpente, que morde com o veneno da ira. O "olho mau" é o olho da serpente.

      A retificação de Dan é seu engajamento na batalha da ira sagrada contra a ira do mal. Nossos Sábios nos ensinam que somente alguém originário da alma-raiz de Dan pode pular espontaneamente e matar a serpente má – "alguém como ele, matou-o".

      Nachash ("serpente") = 358 = Mashiach. O poder sagrado de Dan reflete uma centelha de Mashiach. No Zôhar, aprendemos que o comandante-em-chefe do exército de Mashiach virá da tribo de Dan.

Sentido: Ira (ka'as ou rogez)

       O sentido da sagrada ira (a retificação do mês de Tevêt) é a capacidade da alma de despertar a própria boa inclinação e enfurecer-se pela má inclinação. Isso Nossos Sábios nos ensinam em seu comentário sobre o versículo em Tehilim: "Enfureça-se e não peque."

      A ira positiva expressa o profundo cuidado e preocupação da alma que a realidade torna boa. Embora mesmo nessa ira exista um certo elemento de imaturidade (pois maturidade absoluta, aquela do Criador da realidade, vê [com o ayin de Tevêt (tudo como bom), apesar disso, sobre isso se afirma: "pois Israel é [comporta-se como] um rapaz, e [portanto] Eu [D’us] o amo."

     Na Chassidut aprendemos que a pessoa deve dirigir seu olho esquerdo (mau) para si mesma (com a sagrada ira de seu bem inato contra seu mal inato), para rebaixar e subjugar seu ego, enquanto simultaneamente dirige seu olho direito (bom) para a realidade exterior (por cujo poder ele ajuda a realidade a aperfeiçoar-se). 

Controlador: fígado (kaved)

    Nossos Sábios ensinam que "o fígado é furioso". A função do fígado é purificar o sangue com o qual está saturado. Na Cabalá, o fígado corresponde à serpente primordial, cuja retificação é personificada por Dan. (Os três "governantes" do corpo e alma são o cérebro, o coração e o fígado, que correspondem a Adam, Eva e a serpente, respectivamente).

      A serpente, na Cabalá, representa o estado inicial de imaturidade da alma, como caracterizado pelo atributo não retificado da ira. O veneno da serpente é quente (veja acima, o mês de Cheshvan), como o fogo da ira. Quando convertido para o bem, o fogo (e o sangue do fígado) servem para aquecer o mês frio de Tevêt.

     Kaved = 26 = Havayá. Isso reflete o segredo mencionado acima, que a soma dos quatro meses que "jejuam" pela destruição do Templo (pelo veneno da serpente primordial), que culminam em Tevêt, juntos totalizam 26. Ao jejuar pela destruição, a pessoa retifica seu fígado – suaviza a própria ira – e portanto "adoça" a ira de D’us (com Israel, a causa da destruição) e desperta a misericórdia de Havayá para reconstruir o Templo.


Aquilo que precisamos
                          baseado nos ensinamentos do Lubavitcher Rebe.



Quem escreveu o seguinte?



      "Mashiach restaurará o reino de David à sua glória antiga, à sua soberania original. Ele reconstruirá o Templo Sagrado e reunirá os dispersos de Israel. Em todos os tempos, todas as leis [da Torá] serão reafirmadas como outrora; sacrifícios serão oferecidos, e os ano Sabático e Jubileu serão instituídos conforme delineados na Torá. Aquele que não acreditar nele ou que não antecipar sua vinda, nega não apenas os outros profetas como também a Torá e Moshê…"


   Quem disse estas palavras? Um  sacerdote exilado que sobreviveu à destruição do Templo? Um místico safediano do século dezesseis? O Lubavitcher Rebe?

     Lembro-me de uma discussão que tive certa vez sobre a questão de um futuro Templo. O indivíduo com quem eu debatia alegava haver diferentes opiniões sobre isso no judaísmo clássico. Os rabinos "da direita," naturalmente, são a favor. Mas e quanto a um filósofo esclarecido como Maimônides?

    Ele não diria que  embora  o Templo possa ter sido um componente necessário da vida religiosa no clima cultural daqueles tempos, é um anacronismo no mundo de hoje? (Meu amigo estava se referindo a uma passagem da obra de Maimônides, Guia para os Perplexos, que podia ser entendida desta maneira.)

      Como resposta, peguei o 14º Livro da Mishnê Torá da estante e mostrei a ele o parágrafo acima citado, escrito pelo próprio Maimônides há mais de oito séculos, onde ele declara sem sombra de dúvida que a reconstrução do Templo Sagrado é parte integral da futura redenção, pela qual os judeus rezam e antecipam a cada dia de sua vida.

    O dia 10 de Tevêt pelo calendário judaico é o aniversário do cerco a Jerusalém, que levou à destruição do Templo Sagrado 30 meses depois. Neste dia, judeus do mundo inteiro jejuam e pranteiam pela destruição do Templo, rezando pela sua reconstrução. Portanto, esta é uma boa ocasião para perguntar: Por que precisamos de um Templo? Do que, exatamente, precisamos?

     A raça humana tem aprendido muito no decorrer dos últimos 6000 anos. Filosofamos um caminho até a ciência, e então a ciência nos guiou pelo portal do misticismo. Ao longo do caminho, inventamos a literatura, arte, amor romântico, economia, democracia e psicologia. Mas ainda não sabemos como viver nossa vida.

     Coloque vinte pessoas em um sala. É bastante provável que haverá uma concordância unânime sobre a santidade da vida, direitos humanos, igualdade, livre arbítrio, paz mundial e outros. Mas deixe-os sair da sala para lidarem com sua vida do dia-a-dia, e você terá vinte opiniões diferentes sobre o significado de todas aquelas coisas, e como elas deveriam ser aplicadas.

    Ao lutar com as opções diárias que a vida nos apresenta, os próprios princípios com os quais concordamos tornam-se a base para opiniões conflitantes e ações a respeito de tudo, desde aborto até suicídio assistido. A confusão vai desde perfil racial e vegetarianismo até preces nas escolas, e praticamente todos os assuntos com os quais nos confrontamos.

      Idéias e princípios não são o suficiente. Eles definem o quadro geral, mas poucos conflitos são sobre o quadro geral. A maioria das discórdias e dilemas são sobre o como, o quando e o onde. Não basta saber o que é correto — precisamos ter profundo conhecimento da integridade, para entender suas variações e sutilezas seus gostos e parcialidades.

      É como a diferença entre alguém nos mostrar a foto de uma pessoa e ser casado com ela por vinte anos. No primeiro caso, tenho um rosto e um nome: se eu encontrar aquela pessoa na rua, saberia quem é ela. Mas eu sei como ela gosta de seu café? Sei que tamanho de sapato usa, ou de quantas horas de sono precisa? Sei como sorri ao ser elogiada ou como reage quando é ofendida?

      Não basta saber que A é bom e que B é mau, que X está certo e que Y está errado. Precisamos ver a bondade de perto — perto o bastante para discernirmos os detalhes. Precisamos viver com a integridade, casar com ela, senti-la em nossos ossos. Precisamos um relacionamento íntimo com D’us.

    Até certo ponto, é possível atingir este relacionamento íntimo no mundo atual. Temos a Torá, na qual D’us colocou Sua alma e personalidade, Suas aspirações e idiossincrasias, Seus gostos e aversões. A Torá nos dá um guia para a vida que é tanto espiritual quanto prático, respondendo à nossa ânsia pela intimidade com o Divino, enquanto governa nossa conduta através do mundo físico.

     Mas o problema é que a Torá é um documento escrito. Então, o que você diz a alguém que fala: "Eu, também, tenho a Torá, e minha tradição tem uma interpretação diferente da sua sobre o que é certo e errado"? E como podemos, nós mesmos, ter certeza de que entendemos todas as nuanças da maneira certa e o texto escrito está sendo perfeitamente aplicado a nossas vidas? Se apenas houvesse um lugar onde a bondade e a retidão realmente vivessem! Um lugar com um endereço e número de telefone. Um local onde possamos ir fisicamente e levar nossos primos e vizinhos. Olhem, diríamos, aqui está a verdade, ali está a bondade, esta é a justiça, estão vendo? E eles veriam.

    Este local existiu: o Templo Sagrado em Jerusalém, a morada de D’us no mundo físico. É disso que precisamos.


O cerco de Jerusalem

     Entre os jejuns de nosso calendário, o jejum do dia 10 do mês de Tevet recorda o dia em que Nevuchadnetsar, rei da Babilônia, iniciou o cerco da cidade de Jerusalém aproximadamente 2500 anos atrás. Aparentemente, um cerco não é tão trágico como os eventos pelos quais os outros dias de jejum foram instituídos. Durante o cerco, a cidade, propriamente dita, permaneceu intacta, o Templo Sagrado continuou a funcionar e até os sacrifícios continuaram sendo ofertados, como de costume.

   Em contraste, no dia 17 de Tamuz o serviço diário dos sacrifícios foi interrompido e os muros da cidade foram realmente rompidos e em 9 de Av, O Templo Sagrado foi destruído. O começo do cerco em 10 de Tevet certamente não pode ser comparado em tragédia a estes eventos. Entretanto, o jejum de 10 de Tevet, diferentemente de outros jejuns, não é adiado para outro dia se cair no Shabat. A severidade adicional deve-se ao fato de o cerco de Jerusalém não ter sido apenas um acontecimento independente, mas a raiz de todas as calamidades subsequentes. Ele levou à tragédia de que o "muro foi arrombado" em 17 de Tamuz, e o Templo Sagrado, moradia de D'us, queimado em 9 de Av.
Embora o rei da Babilônia ainda não tivesse derrubado os muros, o simples fato de ter cercado Jerusalém, e como resultado "a assediado", por si só é uma catástrofe que deve ser combatida. A falta de arrependimento do povo judeu causou todas as calamidades posteriores, por este motivo este dia deve evocar um sentido mais profundo da teshuvá do que os outros jejuns.

     A teshuvá, retorno, tem a propriedade singular de não só fazer com que transgressões passadas sejam perdoadas, mas de transformá-las em méritos. Isto se iguala ao conteúdo da promessa de D'us: "...o jejum do quarto (mês - Tamuz)...e o jejum do décimo (mês - Tevet) deverão se tornar dias de alegria, júbilo e festividades para a casa de Yehudá." No futuro, na Era Messiânica, os jejuns não penas serão abolidos, como serão transformados em festividades. A equação é clara: através da teshuvá, ajudamos a eliminar a causa desses jejuns, e os transformamos em dias de festa e alegria.

Outros cercos

     Nevuchadnetsar não foi o primeiro rei a assediar Jerusalém. Sancheriv, rei da Assíria, protagonizou o mesmo antes dele e a ameaça era em escala muito maior. Apesar da enorme supremacia das forças de Sancheriv, D'us fez um milagre e numa noite apenas destruiu totalmente o exército assírio. Isso foi o resultado das orações de um único homem, Chizkiyáhu, rei de Yehudá, naquela época. Foi uma extraordinária vitória para a nação judaica.

    Há outro exemplo. Antes de D'us trazer o Dilúvio sobre a Terra, deu à humanidade um aviso prévio de cento e vinte anos. O Criador ao ver que não houve arrependimento durante todo este tempo, deu-lhes mais uma chance no último momento. Mesmo após o início das chuvas, se o povo tivesse se arrependido, o dilúvio teria se transformado em chuvas de bênçãos.

    Uma corrente de eventos semelhantes poderia ter ocorrido no tempo de Nevuchadnetsar se os judeus tivessem aproveitado a oportunidade. Arrependimento apropriado e estimulado pelo cerco poderiam ter transformado uma tragédia em potencial, em uma vitória positiva e extraordinária.

     O judeu já deveria ter aprendido a lição, e é para isto que existe o jejum de 10 de Tevet; o cerco é positivo e realmente existe para bons propósitos, se soubermos aproveitar a chance: fortalecer os muros da Jerusalém existente dentro de cada um.

O significado de Jerusalém - Habitação de Paz.

     Jerusalém, Yerushaláyim, em hebraico é derivado da palavra Yir'á, temor a D'us e Shalem, integridade ou perfeição. Assim, Jerusalém representa temor perfeito ou completo dos Céus. Dentro de cada judeu encontra-se Jerusalém, um nível da alma onde nada reside além do temor a D'us. Não há dúvidas, nem hesitações, em se entregar à Divindade. A diferença entre o bem e o mal é claramente delineada.

     Babilônia, Bavêl, em hebraico, está relacionada com a palavra Bilbul, que significa mistura, confusão. Bavêl corresponde ao mundo e suas nações, onde o sagrado, o mundano e o proibido estão todos misturados e é difícil diferenciá-los. O rei da Babilônia representa o Yetsêr Hará, a má inclinação.

     Em 10 de Tevet, quando o rei da Babilônia cercou Jerusalém, marca a data da tentativa do Yetsêr Hará em conseguir atingir seu intento: a aproximação para obscurecer a distinção entre o sagrado e o profano. Não se trata aqui de um convite ao mal, mas muito pior; um disfarce na tentativa de estabelecer proximidade.

     Um judeu deve saber que Jerusalém e Babilônia jamais podem se misturar. São mundos diferentes sem qualquer relação entre si. Jerusalém representa a Divindade total. Babilônia é a confusão que conduz ao mal. Uma distinção clara deve sempre ser mantida: "Ele faz uma distinção entre o sagrado e o profano, entre a luz e as trevas e entre Israel e as outras nações" (texto da Havdalá, cerimônia realizada ao término do Shabat).

     Conservar a nossa Jerusalém interior inviolada é uma tarefa difícil. Vivemos no exílio onde há trevas que fazem com que a confusão esteja presente por toda a parte, especialmente nos tempos que precedem à chegada de Mashiach, quando os sinais desta era, conforme descritos pelo Talmud, estão plenamente evidentes. Como poderá o judeu proteger-se de ser cercado; e ainda mais difícil, resguardar-se do desespero? A resposta é encontrada no próprio cerco de 10 de Tevet. Não somente um judeu não é afetado pelo cerco, mas leva a batalha até o inimigo através da conquista da Babilônia.

    Babilônia simboliza o mundo. Jerusalém simboliza o temor dos Céus. O serviço de um judeu no início de seu dia inicia-se com "Modê Ani", oração e estudo da Torá, associando-se desta forma ao temor dos Céus, Yerushaláyim. Depois, a pessoa vai trabalhar e fica envolvida em assuntos mundanos, a Babilônia.

      Aprendemos que um judeu deve saber que em essência ele não tem ligação com a Babilônia. O judeu consegue discernir que o sucesso nos assuntos mundanos é devido somente às bênçãos de D'us, no estudo da Torá, seu guia de vida, e na prática das mitsvot, seus preceitos. Através do serviço a D'us, o judeu eleva a Babilônia, o mundo, até o nível de Jerusalém, a santidade, não permitindo sua destruição e transformando o mundo em um lugar adequado para a morada de D'us conforme as palavras dos nossos sábios (Yalcut Shimoni, Yeshayáhu 247): "No futuro, Jerusalém abarcará todos os países" - todas as terras, incluindo a Babilônia, estarão no nível de Jerusalém. 

O mundo de volta em seu lugar

     Em Jerusalém, a sensação humana esporádica, porém universal, de sonhar sem poder interpretar o sonho, é mais forte que em qualquer outro lugar, e ainda mais desde que a cidade realmente existe. Mas é assim que a pessoa se sente quando no exílio. Pois o exílio é uma espécie de sonho. Quando o Tehilim afirma que, ao retornar, "seremos como sonhadores" (Tehilim 126:1), significa que será como se estivéssemos despertando de um pesadelo.

     O sentimento de que estamos vagando em um sonho inexplicado torna-se muito mais forte quanto maior a freqüência do sonho. A Lei Judaica analisa perfeitamente esse ponto. Afirma que quando vemos Jerusalém pela primeira vez, devemos rasgar nossas roupas devido ao luto, e quando vemos as ruínas do Templo, devemos rasgá-las novamente.

      Pois a Jerusalém de hoje não é a verdadeira Jerusalém de nossos sonhos e nossas ânsias. Falamos tanto sobre "retorno" em nossa liturgia e nossa poesia porque uma profunda crise ocorreu com nosso exílio de Jerusalém. Não somente fomos expulsos de nosso lar, como também a Shechiná, a presença de D'us, exilou-se de nós. Poder-se-ia pensar que isso afeta somente aos judeus; afinal, foi o Templo judaico e sua capital a serem destruídos, primeiro em 423 AEC e depois em 70 EC. Mas na realidade, com este exílio o mundo inteiro está em crise, porque a presença de D'us afeta a todos, assim como Sua ausência.

    A ausência de D'us - a ocultação de D'us, segundo a Cabalá - tem desestabilizado profundamente o mundo. Quando D'us voltar a Jerusalém, o mundo todo recuperará sua estabilidade. E assim nossas três preces diárias para D'us reconstruir Jerusalém na verdade significam "Ponha o mundo de volta em seu lugar."

    Um exemplo simples expressa bem este conceito. Todos nós usamos artefatos eletrônicos. Se removermos as pilhas, nada funciona; quando as recolocamos, tudo trabalha perfeitamente outra vez. Quando dizemos: "Que Jerusalém seja reconstruída!" estamos pedindo a D'us para renovar nossa conexão - para colocar as pilhas! - para que tudo comece a funcionar novamente. Voltar a Sion não é uma questão de geografia, mas de conexão. Restabelecer esta conexão colocará o mundo outra vez no lugar.

      Vimos portanto que a ressurreição de Jerusalém deverá ocorrer em dois planos - espiritual e material. A respeito de ruas e casas, é fácil reconstruir Jerusalém. Porém reconstruí-la adequadamente significa corpo e alma - seus edifícios, ruas, água e árvores, e internamente. Como declarou o Rei Salomão: "Vi servos sobre cavalos, e príncipes caminhando como servos em cima do chão" (Cohêlet 10:7). Desordem interna é uma das definições de exílio, e quando a ordem correta não é respeitada, nada é realmente construído. Embora a cidade possa parecer real, é apenas uma construção imaginária. Daí vêm nossos sentimentos de estarmos vivendo em um sonho, mesmo quando estamos lá.

    Então, como pode Jerusalém ser verdadeiramente reconstruída? Nossa liturgia nos dá algumas pistas. Antes de mais nada, não podemos falar sobre Jerusalém sem falarmos de amor, nos sentimentos de Israel pela Cidade Sagrada, mas também na maneira pela qual o retorno deve acontecer. Quando dizemos em nossa prece diária: "A Jerusalém, Tua cidade, com compaixão retornaste" expressamos nosso desejo para que o retorno seja suave. Pois como nos relembra Yechezkel, poderia também ser catastrófico - "Eu te governarei com uma mão poderosa... e com ira transbordante, como uma tempestade pode criar uma montanha." (Yechezkel 20:33)

     Eis por que Jerusalém é sempre uma história de amor, como vemos em grande parte de nossa liturgia e também na poesia. O grande poeta espanhol Yehudá Halevi chama Jerusalém de "plenitude de beleza" e afirma que toda a perfeição está unida dentro dela. Em outra canção de amor, Lecha Dodi - "Venha, minha amada" - que cantamos para dar as boas vindas ao Shabat, Jerusalém é comparada a uma noiva, enfeitada com adornos, esperando nosso retorno.

      Nossa volta a Jerusalém deve ser também uma verdadeira reunião, e não apenas um encontro. Jerusalém é uma cidade muito sensível - uma cidade de paz, mas também um local fervilhante de ódio, devido ao constante risco de contenda, que infelizmente sobreviveu até os dias de hoje! Esta irritação brota da hipersensibilidade da cidade. Jerusalém é como o lugar onde todos os nervos se juntam. Quando você o toca, tudo começa a estremecer.

    Lidar com uma área sensível exige delicadeza especial. Devemos ser cuidadosos lá, com a cidade e uns com os outros. Daí a máxima talmúdica: "Aqueles que nasceram em Jerusalém receberão uma recompensa especial, mas aqueles que amam Jerusalém também a receberão," e o versículo de Yeshayáhu (66:10), "Rejubile-se com Jerusalém... todos os que a amam."

      Terceiro, a verdadeira reconstrução de Jerusalém implica na reconstrução do Templo. Há uma progressão. Primeiro, D'us novamente habitará Jerusalém; depois, reconstruiremos Sua casa e O serviremos lá. Talvez isso seja por que Yeshayáhu compara Jerusalém e Israel a uma mulher triste, abandonada pelo marido: antes de mais nada, volta para casa! Depois disso, veremos.

      Então mais uma vez, a mulher abandonada pode ser nós mesmos: quando a esposa abandonada sai para um passeio, quando ela está em algum outro lugar, ela sente menos a ausência do marido. Sente-se mais forte ao voltar para casa. E assim nosso anelo é maior talvez quando estamos fisicamente na cidade mas a Shechiná ainda não está. A cidade de ouro ornamentada em sua luz incomparável faz-nos ansiar ainda mais pela Sagrada Fonte da luz.

       Desde o sonho de Yaacov até o presente, Jerusalém sempre esteve entre o Céu e a Terra, um lugar onde o sublime está em constante contato com o mundano. Por um lado, as pessoas cospem no chão; por outro, vivem como se estivessem em um perpétuo sonho. Ambos os aspectos são reais; nenhum deles conta toda a história. Pois agora, vivemos no exílio e rezamos, uma vez mais, pelo retorno.

 Rabino Adin Even Israel Steinsaltz foi aclamado pela revista Time como "Um erudito fora de série". Mais de dois milhões de cópias de seu Talmud Steinsaltz (Random House) foram vendidas em todo o mundo. É um erudito residente em Yale e Princeton, e em 1988 foi agraciado com o Prêmio Israel, a mais alta honraria do país.

Copilado e com algumas adaptações para melhor entendimento.


Rev. Elimar Gomes-Alves
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sábado, 14 de janeiro de 2017

O cristão e a idolatria

Creio que o mais grave pecado que o ser humano pode cometer é aquele contra o Deus único e verdadeiro, contra a Trindade Santa: Deus-Pai, Deus-Filho e Deus-Espírito Santo. O segundo é aquele pecado cometido contra outro ser humano (e contra si mesmo, também). Não é sem razão que Jesus resumiu toda a lei mosaica da seguinte forma: “Mestre, qual é o grande mandamento na Lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.  Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mt 22.36-39).
Não crer na existência de Deus é ateísmo; não prestar adoração exclusivamente a Deus, mas voltar-se para outros “objetos” de culto, isto é “coisas ou astros ou animais ou pessoas etc” é idolatria. Idolatria é o ato de adorar, que tem os seguintes significados no dicionário:
Adorar(lat adorare) vtd 1 Reverenciar, venerar. 2 Amar extremamente, idolatrar. 3 Gostar muito de. 4 Prestar culto a; cultuar. (Dicionário de Português Online – Michaelis)
Idolatria é o ato de adorar, ou reverenciar, ou cultuar, ou amar extremamente, a esses objetos,  ou “ídolos”, ou “imagens”, ou “seres”, ou “pessoas”, ou a algum elemento da natureza como se estes fossem deuses, e, não exclusivamente ao Deus único e verdadeiro, criador dos céus e da terra.
1)  Há quanto tempo há idolatria?
Desde os tempos mais remotos, há notícias de que os povos se curvavam diante de algo que consideravam ser deus. A Bíblia menciona o pai de Abraão (Terá) como alguém que servia a outros deuses (Js 24.2). Abraão foi tirado do meio dessa idolatria que era praticada não só pelos seus antecessores mas também pelos povos antigos, para servir a um Deus único e verdadeiro e ser o pai de uma grande nação, depositária da revelação divina – Israel. Os descendentes do seu tio Naor continuaram nessa prática pecaminosa, o que é revelado no incidente do furto dos “ídolos do lar”, por Raquel, filha de Labão, filho de Betuel, filho de Naor (Gn 31. 19, 30, 32-35).
Desde de sua origem, na chamada de Abraão (cerca de 2000 aC), o povo de Israel deveria ser diferente, isto é, monoteísta, enquanto os demais povos eram politeístas. Deus travou permanente batalha com o povo judeu, desde sua formação efetiva, após a saída do Egito, até o exílio (586 aC), para demovê-lo da prática do pecado da idolatria. Para que não houvesse dúvida, deixou registrado na Lei máxima, nos Dez Mandamentos, os dois primeiros mandamentos, nestes termos:
1º) “Não terás outros deuses diante de mim.” (Ex 20.3)
2º) “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, ….. (Ex 20.4-5)
A história do Antigo Testamento (AT) é a história da luta de Deus, através dos seus profetas, contra a idolatria.
2)  O que Deus pensa dos deuses e dos ídolos?
−  Os deuses dos povos não passam de ídolos, objetos sem qualquer valor (1Cr 16.26; Sl 96.5);
−  São apenas prata e ouro, obra das mãos dos homens (Sl 115.4; 135.15; Os 13.2);
−  São cargas mortas que só fazem cansar os animais de carga (Is 46.1-2);
−  Não podem livrar o homem, pois são tão frágeis que até o vento os carrega  (Is 57.13);
−  Os ídolos, seus artífices e os seus seguidores formam a “comunidade da nulidade” (Jr 2.5; Is 44.9; Hc 2.18-19).
3)  A quem Deus pode ser comparado?
Alguns profetas apresentaram uma comparação entre os ídolos e Deus para que o povo caísse em si e visse o quão insensata e ridícula é a adoração de ídolos (Is 40; 46; Jr 10, etc).
ÍDOLOS
DEUS
“Um homem corta para si cedros, toma um cipreste ou um carvalho, fazendo escolha entre as árvores do bosque; planta um pinheiro, e a chuva o faz crescer. Tais árvores servem ao homem para queimar; com parte de sua madeira se aquenta, e coze o pão, e também faz um deus e se prostra diante dele, esculpe uma imagem e se ajoelha diante dela…Nada sabem, nem entendem; porque se lhes grudaram os olhos, para que não vejam, e os seus corações já não podem entender” (Is 44.14,15,18)“Os que gastam o ouro da bolsa, e pesam a prata nas balanças, assalariam os ourives para que façam um deus, e diante deste se prostram e se inclinam. Sobre os ombros o tomam, levam-no e o põem no seu lugar, e aí ele fica; do seu lugar não se move; recorrem a ele, mas nenhuma resposta ele dá, e a ninguém livra da sua tribulação” (Is 46.5-7)“Os ídolos são como um espantalho em pepinal, e não podem falar; necessitam de quem os leve, porquanto não podem andar. Não tenhais receio deles, pois não podem fazer mal, e não está neles o fazer o bem “ (Jr 10.5).“Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas?” (Ex 15.11)“A quem me comparareis para que eu lhe seja igual? E que coisa semelhante confrontareis comigo?…Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade; que eu sou Deus e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam..” (Is 46.5, 9,10a)“Ninguém há semelhante a ti, ó Senhor; tu és grande e grande é o  poder do teu nome. Quem te não temeria a ti, ó Rei das nações? Pois isto é a ti devido; porquanto entre todos os sábios das nações, em todo o seu reino, ninguém há semelhante a ti…Mas o Senhor é verdadeiramente Deus; ele é o Deus vivo e o rei eterno; do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação…O Senhor fez a terra pelo seu poder; estabeleceu o mundo por sua sabedoria, e com a sua inteligência estendeu os céus. Fazendo ele ribombar o trovão, logo há tumulto de águas no céu, e sobem os vapores da terra; ele cria os relâmpagos para a chuva, e dos seus depósitos faz sair o vento.” (Jr 10.6,7,10,12,13)
 −  Adorar a ídolos é trocar Deus por algo ridículo e desprezível (Sl 106.19-20).
 −  Os que carregam ídolos em procissões são ignorantes (Is 45.20).
 −  Os idólatras serão envergonhados (Is 45. 16).
 −  O ídolo do deus Dagom (filisteus) caiu duas vezes diante da arca (1Sm 5.1-5).
−  As vezes os ídolos “servem para alguma coisa” (1Sm 19.12-17).
−  As predições foram feitas por Deus para que o povo não atribuísse determinadas situações aos ídolos (Is 48.1-5).
−  Só o Criador tem poder sobre a criação (Jr 14.22).
4)  O que Deus ordenou a respeito de outros deuses e imagens?
A fabricação de qualquer escultura era proibida (Ex 20.23; 34.17; Lv 19.4; 26.1).  Apesar dessa proibição Deus mandou que se fizesse querubins de ouro (Ex 25.17-22; 1Rs 6.23-26) e uma serpente de bronze, para teste de obediência (Nm 21.8-9; comp. Jo 3.14-15) e não para adoração como o povo acabou fazendo (2Rs 18.4 – Neustã).
Nenhuma aparência de Deus foi vista quando o Senhor falou ao povo no monte Horebe, para que não se corrompessem, fazendo imagem na forma de ídolo (Dt 4.15-19).
Diante do segundo mandamento (Ex 20.4-6), como determinar a fronteira entre a Arte e a Idolatria?
5)  Como a idolatria era tratada no Antigo Testamento?
− Os reis idólatras foram avaliados como maus reis (1Rs 16.13 – Baasa, Elá; 16.26 – Onri; 1Rs 21.25-26 – Acabe; 2Rs 21.10-18 – Manassés; 2Rs 21.21; 2Cr 33.21-25 – Amon).
− A idolatria era considerada prostituição (espiritual) (Ez 16.35-52; 23.5-48; 36.16-21).
− O perigo dos ídolos levantados dentro do coração (Ez 14.1-11).
− Os ídolos profanavam o templo (Jr 7.30; Ez 8.10).
− O cativeiro de Israel teve como causa a quebra da Aliança, principalmente a idolatria (2Rs 17.7-23).
− Os idólatras são amaldiçoados por Deus (Sl 97.7).
− Os profetas denunciaram veementemente a idolatria e anunciaram a  consequente destruição da nação de Israel  e  de outras nações  por causa deste grave pecado contra a glória de Deus (Is 2.5-21; 10.10-11; Jr 9.13-16; 18.15-17; Ez 6.1-14; 7.20-21; 8.17-18; 20.1-32; 22.1-31; Os 13.1-3; Am 8.14; Mq 1.7; Sf 1.2-18 – Israel e Judá;  Is 19.1-3; Jr 43.12; Ez 30.13 – Egito;  Jr 50.2 – Babilônia).
− A renovação da Aliança exigia a remoção dos ídolos (Gn 35. 1-15;  1Rs 15.12-13 – A reforma de Asa; 2Rs 23.24  – A reforma de Josias; 2Cr 33.1-20 – Profanação e restauração por Manassés).
− Predição de uma reforma após o cativeiro (Ez 11.17-21; Ez 37.23; Zc 13.2). Pode-se dizer que após o cativeiro o povo de Israel abandonou os ídolos.
6)  Como Deus reagiu diante da idolatria?
− Os ídolos provocam a ira de Deus (Dt 32.16-21; Jr 8.19; 16.18).
− Deus executou juízo sobre os deuses do Egito (Ex 12.12).
− É tido por justo o matador de idólatras (Nm 25.1-18; comp. Sl 106.28-31).
− Deus mandou derrubar os altares dos povos dominados por Israel (Ex 34. 12-16; Nm 33.51-52; Dt 7.5; Jz 2.2).
− Deus mandou e Gideão derrubou o altar de Baal, do seu próprio pai, o que colocou em risco a sua vida (Jz 6.25-32).
− O Espírito do Senhor incitou Zacarias a reagir contra a idolatria. Este obedeceu e acabou sendo morto por mandado do rei Joás (2Cr 24.17-22).
7)  Como a Igreja primitiva se relacionou com as comunidades idólatras?
Paulo, em Atenas, se revoltava intimamente com a idolatria reinante na cidade (At 17.16). Ele não pregava diretamente contra os deuses gregos, mas a Jesus e a ressurreição (At 17.18). Teve a ousadia de dizer que o Deus que ele anunciava não era como o deles (At 17.24-28); nem era um ídolo fabricado pelos homens (At 17.29).
A mensagem de Paulo, em toda parte, era a respeito de um Deus vivo em contraste com a nulidade dos deuses feitos por mãos humanas. A repercussão disso era que muitos se convertiam e deixavam os ídolos. Isto chegou a provocar a reação violenta do ourives Demétrio, em Éfeso, e dos demais fabricantes de nichos de Diana. (At 19.23-40).
Uma questão que preocupava a igreja primitiva era a comida sacrificada aos ídolos (At 15.20; Rm 14.15-21; 1Co 8; 10.25-33).
Falando aos crentes de Corinto ele afirma que os ídolos nada são (1Co 8.4). Entretanto, a carne sacrificada a ídolos deveria ser evitada por causa da consciência dos irmãos mais fracos (1Co 8.10-13).
8)  Há idolatria na Igreja Cristã?
Depois de Constantino (323dC), o cristianismo passou a assimilar práticas pagãs; isso porque muitos pagãos entraram na igreja sem conversão, passando a exercer grande influência no culto. O culto aos santos e a veneração aos mártires e a outros homens e mulheres famosos, passaram a ter plena aceitação. Foram criados rituais que eram um misto de cerimônias pagãs, herdadas de diversas religiões, com as cerimônias sacerdotais do Antigo Testamento. Os santos passaram a ser considerados como pequenas divindades, cuja intercessão era valiosa diante de Deus. Surgiu a veneração de relíquias e até mesmo de lugares. Antes do ano 500dC o culto da virgem Maria já estava vitorioso. O paganismo romano teve grande influência na formação do culto católico; daí dizer-se católico-romano.” (Religiões, Seitas e Heresias – J. Cabral)
Ainda que a igreja católica romana não queira admitir que os(as) santos(as) por ela canonizados(as), bem como as suas imagens, sejam ídolos, na realidade são assim tratados pelos seus fiéis. Os líderes católicos se tornam cúmplices desta idolatria na medida que promovem procissões e romarias para veneração e adoração aos(as)  santos(as)  e ainda incentivam as intercessões a estas “pequenas divindades”.
A Bíblia deixa muito claro que Jesus é o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5). Nenhum ser humano, já morto, poderá interceder por nós, os vivos, diante de Deus. Os que morreram estão simplesmente aguardando a ressurreição. É total insensatez e pecado gravíssimo recorrer a qualquer ser humano já morto, inclusive a Maria, a mãe humana de Jesus Cristo. Esta doutrina é básica e elementar na Bíblia. O único que pode interceder por nós é o Espírito Santo, conforme diz o apóstolo Paulo: “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.” (Rm 8.26)
9)  O que está acontecendo hoje?
Na antiguidade, os povos pagãos se apegavam intensamente aos ídolos, inclusive confiando e creditando a eles o sucesso de suas vitórias nas batalhas, o que por vezes influenciava o povo escolhido de Deus, Israel.
Hoje em dia, muitas pessoas não cristãs ainda continuam se apegando a todo tipo de amuleto, crendice e idolatria; outras, porém, preferem seguir seu caminho de descrença total no mundo espiritual, apegando-se ao materialismo. Nada disso nos surpreende, em se tratando de não cristãos.
E, quanto aos cristãos? O que se percebe na chamada igreja cristã de hoje é aquela forma de idolatria que se expressa no culto, veneração, apego excessivo a pessoas, a personalidades humanas. Podemos nos referir a isso como antropolatria. Na igreja católica romana isso começa com a “virgem Maria”, e continua com “os apóstolos”, “os santos canonizados”, “os papas” etc etc. Na igreja evangélica, também há uma tendência de quase idolatria de ícones do passado e do presente, tais como Martinho Lutero, João Calvino, John Knox etc etc.
Os cristãos precisam entender e atender à voz de Deus quando diz: “Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura.” (Is 42.8). Deus jamais dividirá com outro a honra e glória que lhe são devidas! O Senhor Jesus Cristo é a expressão máxima da glória de Deus entre os homens! Quando ele falou em retornar ao Pai, jamais disse aos seus discípulos que deixaria em seu lugar, para conduzir a sua igreja e operar milagres, determinadas celebridades humanas que deveriam ser veneradas e buscadas como mediadores entre sua igreja e o Pai Celestial. Simplesmente ele anunciou a vinda do Espírito Santo, que habitaria em cada remido, para, desta forma, habilitá-los ao sacerdócio universal ­– sacerdócio santo e sacerdócio real (Jo 14.16-18).
Finalmente, vale enfatizar o ensino bíblico de que nenhuma figura humana morta, canonizada ou não, tem qualquer influência neste mundo a partir do mundo espiritual. Neste mundo físico, atuam somente duas forças provenientes do mundo espiritual: 1ª) Deus e seus anjos; e, 2ª) Satanás e seus demônios, que atuam sob a permissão de Deus (Jó 1.12). Portanto, se alguém recorrer, em oração, a essas figuras do passado, canonizadas ou não, e algo efetivamente milagroso e sobrenatural acontecer, fique certo de que isso teve origem em uma dessas duas forças do mundo espiritual!
Diga não a qualquer tipo de idolatria ou antropolatria! Curve-se apenas diante de Jesus Cristo, o nosso Senhor e Salvador!

Material copilado do site: 
https://pauloraposocorreia.com.br/2013/07/22/o-cristao-e-a-idolatria/

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