Rev. Elimar e Pra Erica Gomes

sábado, 14 de janeiro de 2017

O cristão e a idolatria

Creio que o mais grave pecado que o ser humano pode cometer é aquele contra o Deus único e verdadeiro, contra a Trindade Santa: Deus-Pai, Deus-Filho e Deus-Espírito Santo. O segundo é aquele pecado cometido contra outro ser humano (e contra si mesmo, também). Não é sem razão que Jesus resumiu toda a lei mosaica da seguinte forma: “Mestre, qual é o grande mandamento na Lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.  Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mt 22.36-39).
Não crer na existência de Deus é ateísmo; não prestar adoração exclusivamente a Deus, mas voltar-se para outros “objetos” de culto, isto é “coisas ou astros ou animais ou pessoas etc” é idolatria. Idolatria é o ato de adorar, que tem os seguintes significados no dicionário:
Adorar(lat adorare) vtd 1 Reverenciar, venerar. 2 Amar extremamente, idolatrar. 3 Gostar muito de. 4 Prestar culto a; cultuar. (Dicionário de Português Online – Michaelis)
Idolatria é o ato de adorar, ou reverenciar, ou cultuar, ou amar extremamente, a esses objetos,  ou “ídolos”, ou “imagens”, ou “seres”, ou “pessoas”, ou a algum elemento da natureza como se estes fossem deuses, e, não exclusivamente ao Deus único e verdadeiro, criador dos céus e da terra.
1)  Há quanto tempo há idolatria?
Desde os tempos mais remotos, há notícias de que os povos se curvavam diante de algo que consideravam ser deus. A Bíblia menciona o pai de Abraão (Terá) como alguém que servia a outros deuses (Js 24.2). Abraão foi tirado do meio dessa idolatria que era praticada não só pelos seus antecessores mas também pelos povos antigos, para servir a um Deus único e verdadeiro e ser o pai de uma grande nação, depositária da revelação divina – Israel. Os descendentes do seu tio Naor continuaram nessa prática pecaminosa, o que é revelado no incidente do furto dos “ídolos do lar”, por Raquel, filha de Labão, filho de Betuel, filho de Naor (Gn 31. 19, 30, 32-35).
Desde de sua origem, na chamada de Abraão (cerca de 2000 aC), o povo de Israel deveria ser diferente, isto é, monoteísta, enquanto os demais povos eram politeístas. Deus travou permanente batalha com o povo judeu, desde sua formação efetiva, após a saída do Egito, até o exílio (586 aC), para demovê-lo da prática do pecado da idolatria. Para que não houvesse dúvida, deixou registrado na Lei máxima, nos Dez Mandamentos, os dois primeiros mandamentos, nestes termos:
1º) “Não terás outros deuses diante de mim.” (Ex 20.3)
2º) “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, ….. (Ex 20.4-5)
A história do Antigo Testamento (AT) é a história da luta de Deus, através dos seus profetas, contra a idolatria.
2)  O que Deus pensa dos deuses e dos ídolos?
−  Os deuses dos povos não passam de ídolos, objetos sem qualquer valor (1Cr 16.26; Sl 96.5);
−  São apenas prata e ouro, obra das mãos dos homens (Sl 115.4; 135.15; Os 13.2);
−  São cargas mortas que só fazem cansar os animais de carga (Is 46.1-2);
−  Não podem livrar o homem, pois são tão frágeis que até o vento os carrega  (Is 57.13);
−  Os ídolos, seus artífices e os seus seguidores formam a “comunidade da nulidade” (Jr 2.5; Is 44.9; Hc 2.18-19).
3)  A quem Deus pode ser comparado?
Alguns profetas apresentaram uma comparação entre os ídolos e Deus para que o povo caísse em si e visse o quão insensata e ridícula é a adoração de ídolos (Is 40; 46; Jr 10, etc).
ÍDOLOS
DEUS
“Um homem corta para si cedros, toma um cipreste ou um carvalho, fazendo escolha entre as árvores do bosque; planta um pinheiro, e a chuva o faz crescer. Tais árvores servem ao homem para queimar; com parte de sua madeira se aquenta, e coze o pão, e também faz um deus e se prostra diante dele, esculpe uma imagem e se ajoelha diante dela…Nada sabem, nem entendem; porque se lhes grudaram os olhos, para que não vejam, e os seus corações já não podem entender” (Is 44.14,15,18)“Os que gastam o ouro da bolsa, e pesam a prata nas balanças, assalariam os ourives para que façam um deus, e diante deste se prostram e se inclinam. Sobre os ombros o tomam, levam-no e o põem no seu lugar, e aí ele fica; do seu lugar não se move; recorrem a ele, mas nenhuma resposta ele dá, e a ninguém livra da sua tribulação” (Is 46.5-7)“Os ídolos são como um espantalho em pepinal, e não podem falar; necessitam de quem os leve, porquanto não podem andar. Não tenhais receio deles, pois não podem fazer mal, e não está neles o fazer o bem “ (Jr 10.5).“Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas?” (Ex 15.11)“A quem me comparareis para que eu lhe seja igual? E que coisa semelhante confrontareis comigo?…Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade; que eu sou Deus e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam..” (Is 46.5, 9,10a)“Ninguém há semelhante a ti, ó Senhor; tu és grande e grande é o  poder do teu nome. Quem te não temeria a ti, ó Rei das nações? Pois isto é a ti devido; porquanto entre todos os sábios das nações, em todo o seu reino, ninguém há semelhante a ti…Mas o Senhor é verdadeiramente Deus; ele é o Deus vivo e o rei eterno; do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação…O Senhor fez a terra pelo seu poder; estabeleceu o mundo por sua sabedoria, e com a sua inteligência estendeu os céus. Fazendo ele ribombar o trovão, logo há tumulto de águas no céu, e sobem os vapores da terra; ele cria os relâmpagos para a chuva, e dos seus depósitos faz sair o vento.” (Jr 10.6,7,10,12,13)
 −  Adorar a ídolos é trocar Deus por algo ridículo e desprezível (Sl 106.19-20).
 −  Os que carregam ídolos em procissões são ignorantes (Is 45.20).
 −  Os idólatras serão envergonhados (Is 45. 16).
 −  O ídolo do deus Dagom (filisteus) caiu duas vezes diante da arca (1Sm 5.1-5).
−  As vezes os ídolos “servem para alguma coisa” (1Sm 19.12-17).
−  As predições foram feitas por Deus para que o povo não atribuísse determinadas situações aos ídolos (Is 48.1-5).
−  Só o Criador tem poder sobre a criação (Jr 14.22).
4)  O que Deus ordenou a respeito de outros deuses e imagens?
A fabricação de qualquer escultura era proibida (Ex 20.23; 34.17; Lv 19.4; 26.1).  Apesar dessa proibição Deus mandou que se fizesse querubins de ouro (Ex 25.17-22; 1Rs 6.23-26) e uma serpente de bronze, para teste de obediência (Nm 21.8-9; comp. Jo 3.14-15) e não para adoração como o povo acabou fazendo (2Rs 18.4 – Neustã).
Nenhuma aparência de Deus foi vista quando o Senhor falou ao povo no monte Horebe, para que não se corrompessem, fazendo imagem na forma de ídolo (Dt 4.15-19).
Diante do segundo mandamento (Ex 20.4-6), como determinar a fronteira entre a Arte e a Idolatria?
5)  Como a idolatria era tratada no Antigo Testamento?
− Os reis idólatras foram avaliados como maus reis (1Rs 16.13 – Baasa, Elá; 16.26 – Onri; 1Rs 21.25-26 – Acabe; 2Rs 21.10-18 – Manassés; 2Rs 21.21; 2Cr 33.21-25 – Amon).
− A idolatria era considerada prostituição (espiritual) (Ez 16.35-52; 23.5-48; 36.16-21).
− O perigo dos ídolos levantados dentro do coração (Ez 14.1-11).
− Os ídolos profanavam o templo (Jr 7.30; Ez 8.10).
− O cativeiro de Israel teve como causa a quebra da Aliança, principalmente a idolatria (2Rs 17.7-23).
− Os idólatras são amaldiçoados por Deus (Sl 97.7).
− Os profetas denunciaram veementemente a idolatria e anunciaram a  consequente destruição da nação de Israel  e  de outras nações  por causa deste grave pecado contra a glória de Deus (Is 2.5-21; 10.10-11; Jr 9.13-16; 18.15-17; Ez 6.1-14; 7.20-21; 8.17-18; 20.1-32; 22.1-31; Os 13.1-3; Am 8.14; Mq 1.7; Sf 1.2-18 – Israel e Judá;  Is 19.1-3; Jr 43.12; Ez 30.13 – Egito;  Jr 50.2 – Babilônia).
− A renovação da Aliança exigia a remoção dos ídolos (Gn 35. 1-15;  1Rs 15.12-13 – A reforma de Asa; 2Rs 23.24  – A reforma de Josias; 2Cr 33.1-20 – Profanação e restauração por Manassés).
− Predição de uma reforma após o cativeiro (Ez 11.17-21; Ez 37.23; Zc 13.2). Pode-se dizer que após o cativeiro o povo de Israel abandonou os ídolos.
6)  Como Deus reagiu diante da idolatria?
− Os ídolos provocam a ira de Deus (Dt 32.16-21; Jr 8.19; 16.18).
− Deus executou juízo sobre os deuses do Egito (Ex 12.12).
− É tido por justo o matador de idólatras (Nm 25.1-18; comp. Sl 106.28-31).
− Deus mandou derrubar os altares dos povos dominados por Israel (Ex 34. 12-16; Nm 33.51-52; Dt 7.5; Jz 2.2).
− Deus mandou e Gideão derrubou o altar de Baal, do seu próprio pai, o que colocou em risco a sua vida (Jz 6.25-32).
− O Espírito do Senhor incitou Zacarias a reagir contra a idolatria. Este obedeceu e acabou sendo morto por mandado do rei Joás (2Cr 24.17-22).
7)  Como a Igreja primitiva se relacionou com as comunidades idólatras?
Paulo, em Atenas, se revoltava intimamente com a idolatria reinante na cidade (At 17.16). Ele não pregava diretamente contra os deuses gregos, mas a Jesus e a ressurreição (At 17.18). Teve a ousadia de dizer que o Deus que ele anunciava não era como o deles (At 17.24-28); nem era um ídolo fabricado pelos homens (At 17.29).
A mensagem de Paulo, em toda parte, era a respeito de um Deus vivo em contraste com a nulidade dos deuses feitos por mãos humanas. A repercussão disso era que muitos se convertiam e deixavam os ídolos. Isto chegou a provocar a reação violenta do ourives Demétrio, em Éfeso, e dos demais fabricantes de nichos de Diana. (At 19.23-40).
Uma questão que preocupava a igreja primitiva era a comida sacrificada aos ídolos (At 15.20; Rm 14.15-21; 1Co 8; 10.25-33).
Falando aos crentes de Corinto ele afirma que os ídolos nada são (1Co 8.4). Entretanto, a carne sacrificada a ídolos deveria ser evitada por causa da consciência dos irmãos mais fracos (1Co 8.10-13).
8)  Há idolatria na Igreja Cristã?
Depois de Constantino (323dC), o cristianismo passou a assimilar práticas pagãs; isso porque muitos pagãos entraram na igreja sem conversão, passando a exercer grande influência no culto. O culto aos santos e a veneração aos mártires e a outros homens e mulheres famosos, passaram a ter plena aceitação. Foram criados rituais que eram um misto de cerimônias pagãs, herdadas de diversas religiões, com as cerimônias sacerdotais do Antigo Testamento. Os santos passaram a ser considerados como pequenas divindades, cuja intercessão era valiosa diante de Deus. Surgiu a veneração de relíquias e até mesmo de lugares. Antes do ano 500dC o culto da virgem Maria já estava vitorioso. O paganismo romano teve grande influência na formação do culto católico; daí dizer-se católico-romano.” (Religiões, Seitas e Heresias – J. Cabral)
Ainda que a igreja católica romana não queira admitir que os(as) santos(as) por ela canonizados(as), bem como as suas imagens, sejam ídolos, na realidade são assim tratados pelos seus fiéis. Os líderes católicos se tornam cúmplices desta idolatria na medida que promovem procissões e romarias para veneração e adoração aos(as)  santos(as)  e ainda incentivam as intercessões a estas “pequenas divindades”.
A Bíblia deixa muito claro que Jesus é o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5). Nenhum ser humano, já morto, poderá interceder por nós, os vivos, diante de Deus. Os que morreram estão simplesmente aguardando a ressurreição. É total insensatez e pecado gravíssimo recorrer a qualquer ser humano já morto, inclusive a Maria, a mãe humana de Jesus Cristo. Esta doutrina é básica e elementar na Bíblia. O único que pode interceder por nós é o Espírito Santo, conforme diz o apóstolo Paulo: “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.” (Rm 8.26)
9)  O que está acontecendo hoje?
Na antiguidade, os povos pagãos se apegavam intensamente aos ídolos, inclusive confiando e creditando a eles o sucesso de suas vitórias nas batalhas, o que por vezes influenciava o povo escolhido de Deus, Israel.
Hoje em dia, muitas pessoas não cristãs ainda continuam se apegando a todo tipo de amuleto, crendice e idolatria; outras, porém, preferem seguir seu caminho de descrença total no mundo espiritual, apegando-se ao materialismo. Nada disso nos surpreende, em se tratando de não cristãos.
E, quanto aos cristãos? O que se percebe na chamada igreja cristã de hoje é aquela forma de idolatria que se expressa no culto, veneração, apego excessivo a pessoas, a personalidades humanas. Podemos nos referir a isso como antropolatria. Na igreja católica romana isso começa com a “virgem Maria”, e continua com “os apóstolos”, “os santos canonizados”, “os papas” etc etc. Na igreja evangélica, também há uma tendência de quase idolatria de ícones do passado e do presente, tais como Martinho Lutero, João Calvino, John Knox etc etc.
Os cristãos precisam entender e atender à voz de Deus quando diz: “Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura.” (Is 42.8). Deus jamais dividirá com outro a honra e glória que lhe são devidas! O Senhor Jesus Cristo é a expressão máxima da glória de Deus entre os homens! Quando ele falou em retornar ao Pai, jamais disse aos seus discípulos que deixaria em seu lugar, para conduzir a sua igreja e operar milagres, determinadas celebridades humanas que deveriam ser veneradas e buscadas como mediadores entre sua igreja e o Pai Celestial. Simplesmente ele anunciou a vinda do Espírito Santo, que habitaria em cada remido, para, desta forma, habilitá-los ao sacerdócio universal ­– sacerdócio santo e sacerdócio real (Jo 14.16-18).
Finalmente, vale enfatizar o ensino bíblico de que nenhuma figura humana morta, canonizada ou não, tem qualquer influência neste mundo a partir do mundo espiritual. Neste mundo físico, atuam somente duas forças provenientes do mundo espiritual: 1ª) Deus e seus anjos; e, 2ª) Satanás e seus demônios, que atuam sob a permissão de Deus (Jó 1.12). Portanto, se alguém recorrer, em oração, a essas figuras do passado, canonizadas ou não, e algo efetivamente milagroso e sobrenatural acontecer, fique certo de que isso teve origem em uma dessas duas forças do mundo espiritual!
Diga não a qualquer tipo de idolatria ou antropolatria! Curve-se apenas diante de Jesus Cristo, o nosso Senhor e Salvador!

Material copilado do site: 
https://pauloraposocorreia.com.br/2013/07/22/o-cristao-e-a-idolatria/

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