Rev. Elimar e Pra Erica Gomes

sábado, 4 de junho de 2016

Refletindo sobre os dias atuais

Deus permitiu que muita gente se decepcionasse com a igreja! Isso mesmo! Creio nisso com muita convicção. São muitas pessoas que nos procuram e confessam suas decepções com suas denominações, com seus líderes, pastores e com seus ministérios.

O ativismo frenético das igrejas com ensaios,  reuniões e movimentos tem nos enganado, fazendo com que a gente creia que isso é relacionamento com Deus. Embora estar envolvido e ativo numa congregação seja algo excelente e proveitoso e que mostra nosso comprometimento com Ele, sabendo que essas atividades podem nos manter próximos da obra de Deus, mas se não vigiarmos pode nos afastar  do Deus da obra.

Um exemplo de nossas agendas semanais: Domingo- EBD ás 9 hrs; ás 10 culto de louvor; ás 18 culto da família. Segunda- ás 15 hrs culto de campanha e ás 19 seminário. Terça: 19 culto de doutrina. Quarta: Tarde da benção ás 15 hrs. Quinta: culto de libertação ás 19 hrs. Sexta: Vigilia ás 22 hrs. Sábado: reunião do circulo de oração ás 9 hrs; culto da mocidade ás 19. E por aí vai, sem citar cultos e/ou reuniões extras a depender do mês ou celebração anual.

Acredito que o Espirito Santo está permitindo que muitos desvios sejam descobertos, que muita falsidade venha à tona e que a falta de amor seja evidenciada com o seguinte propósito: para que deixemos de nos apoiar sobre muletas da instituição e nos lancemos com confiança nos braços do Pai.

Corremos o risco de vestirmos a camisa da denominação, abraçando ministério de homens e lutando por causas humanas que perecem, enquanto a viúva permanece solitária e desamparada, o orfão chorando e os abatidos sem esperança.

Precisamos entender que congregar é diferente de fincar estacas. Tem gente que fincam estacas num cargo e não abrem mão dele nem por decreto constitucional. Outros se sentem donos da igreja, abrindo e fechando,  permitindo ou barrando, definindo quem fica e quem vai. E há ainda os que nos vêem como números, sem alma e espírito, só corpos e dinheiro. Mas, o Sangue de Jesus tem poder para abrir os seus olhos.

A questão não é deixar ou não de congregar e sim o que é congregar.

Quando um evangélico diz que não se deve abandonar a congregação, na verdade ele quer dizer assim: Não deixe de ir à igreja-templo, não deixe de ter a “cobertura espiritual” do pastor que lá ministra a Palavra de Deus, não deixe de tomar a ceia porque ela é o medidor espiritual do crente, não deixe de entregar o dízimo na igreja porque se não o devorador vem e come tudo, não deixe de freqüentar todos os eventos, senão você esfria na fé, principalmente o culto de doutrina, ou seja, existe uma preocupação em passar de geração em geração a tradição doutrinário-ritualística. Enfim, isso é congregar. Para o católico não precisa disso tudo, não perdendo a missa dominical tá beleza.


Antes de falar do texto predileto que trata do assunto no N.T. quero falar da congregação segundo Jesus. Eu não consigo ver na fala de Jesus a intenção de formalizar um lugar aonde pessoas pudessem sempre estar se reunindo e limitando toda sua vida religiosa a esse lugar, não consigo nem ver um credo a ser aprendido a não ser o amor. A congregação de Jesus não tinha paredes, nem bancos, nem credos, ela acontecia enquanto ele caminhava pela Palestina. Umas vezes no mar da Galiléia, outras vezes a caminho de Cafarnaum, outras no caminho de Cesárea de Felipe, outras vezes no templo, outras nas sinagogas, em fim, congregar pra Jesus não é ajuntamento quantitativo e sim relação pessoal no caminho. É certo que ele parava, pregava, curava, mas sempre sem fazer do lugar um “tabernáculo de fé”. Ele mesmo disse: “O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. A congregação de Jesus acontece enquanto vivemos, trabalhamos, enfim é na vida. Teria outros exemplos para citar como o da mulher samaritana doida pra que Jesus dissesse aonde era o “lugar da benção”, Pedro no monte da transfiguração querendo fazer a “tenda da revelação”, enfim, a moçada tava sempre querendo que ele fincasse a estaca da institucionalização, mas Ele foi um peregrino, estava de passagem como nós também estamos, mas nós sempre queremos ter um lugar e Ele não!

Chegando ao texto que é geralmente citado (Hebreus 10:25) colocarei várias traduções e depois irei à versão grega para entendermos melhor o que o autor estava nos encorajando.

Lá vai...

VERSÃO – ALMEIDA CORRIGIDA E REVISADA FIEL
“Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.”

VERSÃO – ALMEIDA REVISADA ALMEIDA BÍBLICA
“Não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.”

VERSÃO – NOVA VERSÃO INTERNACIONAL
“Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia.”

VERSÃO – BÍBLICA BRITÂNICA
“Não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, mas exortando uns aos outros, e tanto mais quanto vedes chegar o dia.”

VERSÃO – CATÓLICA
“Não abandonemos a nossa assembléia, como é costume de alguns, mas admoestemo-nos mutuamente, e tanto mais quando vedes aproximar-se o Grande Dia.”

VERSÃO - GREGO
μη εγκαταλειποντες την επισυναγωγην εαυτων καθως εθος τισιν αλλα παρακαλουντες και τοσουτω μαλλον οσω βλεπετε εγγιζουσαν την ημεραν.

Essas são as versões mais usadas, já essa última é a versão grega. Não é minha intenção explicar todo esse verso por que a ênfase toda do texto recai sobre a palavra (επισυναγωγην – EPISINAGOGE) que nas versões citadas acima são traduzida por: congregação, igreja e assembléia)

Segue uma explicação muito interessante de um indivíduo chamado J. PRESTON EBY:

A palavra grega para “reunião” é EPISUNAGOGE. A palavra, literalmente, é um verbo que significa “sinagogar”. Ela é composta do prefixo grego EPI com a palavra SUNGOGE de onde tiramos nossa palavra transliterada para português, Sinagoga. EPI significa super – imposição – o que é de cima, mais alto que, o mais alto, sobre. SUNAGOGE significa um encontro, reunião, ou ajuntamento. Colocando estas duas palavras juntas, EPI-SUNAGOGE significa A SINAGOGA DE CIMA, O MAIS ALTO ENCONTRO, A MAIS ALTA REUNIÃO, O MAIS ALTO DE TODOS OS AJUNTAMENTOS! Trata-se de algo muito maior do que coletar muitos corpos viventes em um lugar. É uma reunião em um lugar mais elevado, em um plano mais alto, nos lugares elevados do Espírito, e na mais elevada Verdade. É um ajuntamento em uma dimensão na parte de cima. Indica uma reunião NO ESPÍRITO, como Paulo também testificou, “e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus” (Ef 2:6). Dezenas de milhares, sim, dezenas de milhões de crentes reunidos juntos em “edifícios religiosos” todos os domingos pela manhã, e porque eles fazem o esforço de levantarem da cama, prepararem a família, e se dirigirem para um assento confortável, estão convencidos de satisfazerem os requerimentos da ordem divina: “Não deixando a nossa congregação".

Meu amado, eles nem mesmo tocaram a orla da veste desta verdade! Não vivemos para abandonar ou negligenciar aquele maravilhoso assento que temos juntamente COM CRISTO NAS REGIÕES CELESTIAIS! É precisamente isso o que aquela passagem esta dizendo. Hebreus 10:25 é nada mais do que palavras mortas, até que sentemos na presença do Pai, unidos em adoração com espíritos afinados, e compartilhando daquela santa comunhão adentro do véu!


Somente quando o Espírito chama para o espírito é que as profundidades da verdade eterna são abertas. A multidão que se reúne toda semana para cantar, ensinar, etc, nunca descobriu a gloriosa e eterna realidade daquela SINAGOGA DE CIMA. Eles não se encontram ou ministram ou vivem daquele mais alto lugar celestial da SUA VIDA. Quando nos reunimos com uma companhia de eleitos, não devemos pensar deles como sendo todos aqueles com os quais adoramos e ministramos. O verdadeiro sacerdote é alguém de uma grande multidão alegre, que consiste no templo espiritual construído com pedras vivas de homens e mulheres redimidos e transformados. Como sacerdotes no SANTUÁRIO CELESTIAL, o VERDADEIRO TABERNÁ-CULO que é de cima, somos apenas parte de uma grande e universal congregação que consiste de todos os santos eleitos que viveram antes, e aqueles que vivem agora, reunidos em todas as eras, e em todas as partes do vasto universo de Deus. O pregador, o prisioneiro, o viajante, a mãe, o rei – todos se encontram NO REINO ESPIRITUAL, adoram e ministram naquele lugar. Todos são sacerdotes, e lá está o Sumo Sacerdote da nossa confissão, que tem nos estimulado desde os céus e vive sempre como o Ministro do santuário celestial. Ele é “um ministro do verdadeiro tabernáculo”. E assim somos nós! Ele nos ressuscitou e nos fez assentar juntamente com Ele nestes lugares celestiais, e Ele nos fez para sermos reis e sacerdotes. Não é “na igreja” no domingo pela manhã que conhecemos o poder deste sacerdócio; é EM ESPÍRITO E EM VERDADE, é REUNIDO NA SINAGORA DE CIMA, em realidade interior, todo momento, em todo lugar, toda situação e circunstância quando vivemos, andamos e nos movemos em SEU REINO. O espírito regenerado se torna um fator componente na doce harmonia do Reino espiritual de Deus. E que Reino! E que harmonia! Em duração ele é para sempre. Os montes de granito podem se derreter; a terra pode deixar sua órbita e cair no caos da colisão dos mundos; Órion, Arcturo, e Plêiades podem deixar de viajar nos corredores santos do céu; o sol pode se tornar escuro; os céus podem ser enrolados como um livro, e como uma roupa podem ser dobrados; mas abaixo do cetro do Rei eterno, imortal, invisível, o único Deus sábio, nosso Pai, o Reino dos Céus ainda deve permanecer e se mover na mais doce harmonia com Sua santa vontade. Pois, neste alto e santo Reino nenhuma força jamais se choca, nenhuma lei jamais falha, nenhuma verdade jamais se desvia, nenhuma beleza jamais se murcha, nenhuma luz jamais perde seu brilho, nenhum bem jamais cresce pouco, nenhuma vida jamais se torna velha, nenhum amor jamais se torna frio, nenhuma alegria jamais cessa, nenhuma harmonia jamais tem uma discórdia. Desde o começo das manhãs cantaram juntas e os filhos de Deus começaram a gritar de alegria, ritmo e êxtase rolaram para cima e avançaram através de todo o ilimitado e eterno universo espiritual como a doce expressão da mente e vontade do poderoso Deus. O universo, este universo mais elevado que os céus, este Reino dos Céus, é o lar e herança de todo filho de Deus. O filho pertence a este universo, e este universo pertence ao filho. O filho está neste universo e este universo está no filho. O filho se mantém em harmonia com este universo e este enche sua alma de cânticos. O filho percebe esta verdade, desfruta das suas belezas, e participa da sua santidade. Não há nenhum lugar neste universo onde o filho não possa se sentir em casa – nenhum lugar onde ele não tenha direito de estar; porque foi do agrado do Pai dar a ele o Reino. Sua vida não é medida em anos, mas pelas possibilidades de sucessos e expansibilidade. Ele já foi trasladado para este Reino Celestial. (Cl 1:13). O homem interior que é revelado dia a dia, o homem celestial nascido de cima pela incorruptível semente da palavra de Deus, o novo homem que é criado por Deus em justiça e verdadeira santidade não pode, pela verdadeira natureza do seu ser, jamais ser separado da consciência e realidade desta existência celestial, contrário à argumentação daqueles que ensinam que os santos que já partiram morreram como cães, sem esta consciência ou existência, até o dia da ressurreição. “Se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à destra de Deus” (Cl 3:1). A divindade e a eternidade nascem no homem que é nascido do Espírito. Agora ele é um filho de Deus, mas ainda não se tornou visível o que ele será. Não devemos deixar esta SUPERIOR SINAGOGA fora da nossa reunião – a comunhão, corporação e expressão conjunta neste mais alto de todos os lugares – O ESPÍRITO! Através do qual podemos nos encontrar e cantar milhares de cânticos de louvor e pregar milhares de sermões do Livro de Deus – se falharmos em tocar este alto lugar de vida e realidade no espírito não temos mais a “superior sinagoga” – meramente nos reunimos e fizemos algumas coisas religiosas no plano baixo da atividade da alma.

Para simplificar, congregar é buscar viver a realidade do Reino de DEUS na terra entre os homens, simples assim.

Portanto, eu nunca deixei a congregação de cima e nunca a deixarei, deixei a da terra, a da placa, a visível, a que tem forma. A congregação que faço parte só Jesus sabe onde fica, ela não tem lugar fixo, ela está onde estiver dois ou três.

Lembre-se: em suas relações humanas uma igreja verdadeira corrige, acolhe, aconselha, ouve, visita, compadece e apascenta com muito amor e sem outros interesses. Sem isso, ela (a igreja) só é um ajuntamento qualquer de pessoas.


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